O cenário é o Leblon das décadas de quarenta e cinqüenta. Como protagonistas, os nativos do bairro, a gente singela que compartilhava a ventura de habitar uma aldeia encantada, um cantinho amorável não conspurcado, ainda, pelos hábitos nocivos do predador arrivista.

Mais de 90 fotos, a maioria garimpada entre os velhos moradores, permitem captar points e ícones daquele paraíso.

O autor de O Antigo Leblon não se preocupou com a rigorosa exatidão dos dados, nem com estatísticas e aqui e ali satisfez-se com a verossimilhança, pois o que importa no caso são as sensações. Por isso, as reflexões e observações das vinte histórias têm forte conotação afetiva e impressionista. Tal postura, o feitio de crônica e o correto tratamento literário, evitaram que o tema abordado se tornasse refém do habitual registro cartográfico disfarçado com linguagem jornalística. Ainda assim, em atenção ao leitor afeito aos dados estatísticos, há capítulos destinados a um breve histórico do bairro, aos nomes das ruas e suas alterações e assentamentos semelhantes.