Depoimentos

 

"A privacidade era tanta, que induzia à prática do nudismo. Entrava com Frank no mar, levando um grande galho de pita. Ultrapassada a arrebentação, pendurávamos os trajes de banho naquele cabide improvisado e nadávamos nus por muito tempo"

- Yara Vaz -

"Foi vital a participação da doméstica na alforria sexual do adolescente dos anos quarenta, remetendo ao rito de iniciação do sinhozinho da casa-grande. No que toca à escolha das mucamas, tínhamos, no Leblon, dois famosos 'navios-negreiros': Brás, generoso provedor, e Pedrinho, que se destacava pelo empenho e a lábia apurada"

- Reynaldo Pompeu Campos -

"Quando vim para cá, o Leblon era um imenso areal. Só existiam casas baixas e terrenos baldios; eu, de olho no mar, via o bairro crescer às minhas costas"

- Jair Banhista -

"As padarias e os armazéns mantinham um funcionário com a missão exclusiva de visitar os novos residentes e de oferecer-lhes os serviços de entrega de mercadorias. Esse profissional era conhecido pelo curioso nome de 'cavador'"

- Seu Rui, da Casa Estrela -

"Nos anos cinqüenta, éramos jovens e joviais e não sabíamos! A rivalidade maior no futebol de praia era entre Grêmio e Ouro Preto. Grandes jogadores de praia dos dois lados. Um futebol de campo jogado na areia e a bola rolando como num tapete. Lembro, saudoso, Eurico, irrequieto como poucos, mas jogando um bolão e, depois, foi para o Grêmio, onde reinava Ronaldo, fidalgo e elegante na convivência, mas, sobretudo, no toque de bola, inconfundível e soberano"

- Raphael de Almeida Magalhães -

"Nunca aceitei muito bem os critérios do racha, no campo do Grêmio. Era barrado pelo Monstrinho (Roberto Bonfim), que não jogava nada. Ainda bem que fui campeão do mundo em 70, no México, senão iria à forra, barrando o Roberto nas novelas"

- Paulo César Caju -