Obras Publicadas - Trechos

o homem que tudo leu

Ficcional/ensaístico 2009
Érico Braga Barbosa Lima
16x23cm
634 páginas
Preço promocional: R$ 19,00 (preço normal: R$ 39,00)

 

 

Esta nota introdutória é ambiguamente importante e imprudente — tanto para o leitor habituado a guias, precisões ou cronologias, quanto para os adictos do aleatório e os intrépidos dos atalhos intuitivos. O primeiro tipo poderia muito bem ir diretamente ao posfácio (ou prefácio distópico, intitulado criativamente de “Programa”); o outro, adentrar o “Predeâmbulo” (ou qualquer outro episódio), no embalo de suas curiosidades e convicções. Acresce que é indiscutivelmente despicienda para seu próprio autor (que, espera-se, já tenha lido o livro, pelo menos, uma vez). Então, talvez seja imprescindível para o livro ele próprio — fonte de todas e quaisquer leituras. Aceitemos este ponto de vista e vejamos que ele é dividido em:

Prosa, Drama e Anexos.

A primeira conta a história de um nem tão raro doutorando, sisudo e controlado, dono de razões, casuísmos, teorias e que, justo no dia anterior a sua defesa de tese, inadvertidamente envereda por um pifão carraspaneiro de dimensões rabelaisianas. Sua trajetória etílico-profana dá-se em pé sujo escorreito, no decorrer de dezoito horas de discussão com personagens insólitas, de regressões proustianas sobre a leitura e de investidas antitéticas sobre o móvel oportuno de seus estudos.

A segunda se passa em plano onírico, no embate dialógico entre figuras históricas da famosa “Escola de Recife”. Acompanham e interferem na condução polifônica as personagens do “ébrio” e do “garçom”, que importunam cena após cena contaminando o desempenho dramático com o fortuito, o informal, e mesmo o caricatural, ainda sob o espectro da Sátira Menipeia, que regia a primeira parte (anote-se, a tempo...).

A terceira parte, nem parte é; mas como soma bem umas cem páginas, vale dizer — para boa elucidação — que se trata de espicilégio de caráter explicativo-referencial. Como personagens e textos têm fundo, fundamento e registro biográfico-documentais, importa a justa indicação de fontes e excertos correspondentes.

Nada se disse, até o momento, de laudatório, crítico ou mesmo imparcial sobre o precípuo argumento, a inspiração fulcral e o motivo de tudo: Tobias Barretto de Menezes. É que isso o livro não o permite, e muito principalmente em nota introdutória (as orelhas são, apenas, sedução dedutiva). Estratégia ou debique... é preciso, ainda, alertar que o trabalho original, em que redundem pesar preconceitos e louvamentos, foi apresentado e aprovado, nesse irretocável e híbrido formato, como tese de doutoramento, em março de 2001. À ocasião, contava com mil e oito páginas e indicações minudentes dos trechos citados. Para o bem geral, aquelas foram reduzidas; estas saneadas de forma exemplar.

Aguarda-os Tobias...